6 de abril de 2010
Nos bastidores - Caso Nardoni
Hoje estarei criando uma nova coluna. Esta será batizada de "Nos bastidores", e será destinada a casos populares que repercutiram em grande demasia na mídia. O primeiro será baseado em meu ponto de vista sobre o caso que chocou o país em 2008 e teve seu desfecho nos tribunais no mês passado, a morte da garotinha Isabella de apenas 5 anos que fora assassinada pelo seu próprio pai e madrasta.
Primeiramente, gostaria de dizer um "sinto muito" sincero para a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, que teve sua filha tirada de si por um ato egoísta do pai. A pobre mãe passa amargurada até os dias de hoje pela trágica perda, meus sinceros pêsames.
Voltando em 2008, os caros leitores lembram-se que Isabella fora atirada do Apartamento dos Nardoni e encontrada jogada no solo. Abro uma nota de como a Justiça brasileira é lenta, porque julgar um caso desses após 2 longos anos é um ultraje. Assino a ISTOÉ e é por ela que andei acompanhando o caso, e através desta que retiro alguns de meus argumentos.
Segundo os dizeres, o pai (Alexandre Nardoni) tinha todas as características de um psicopata - abrirei um artigo sobre esse tema no futuro, aguardem - e sua vida familiar encaixa-se nos quesitos de desestruturação que citei em artigos anteriores, como brigas constantes com a esposa (Anna Carolina Jatobá) e irritação. Várias testemunhas indagavam que Alexandre, certa vez, jogou um dos filhos dentro do carrinho de supermercado. Isso mesmo, a criança fora arremessada dentro do veículo.
Mesmo com todos os fatos, Anna Carolina e Alexandre ainda viviam sobre o mesmo teto e diziam se amar. Logo, segundo a conclusão do Júri e do Promotor, Alexandre teria matado a própria filha para livrar-se do "obstáculo" que o impedia de ficar com Anna Carolina (talvez, pelo fato de Isabella ser menina, fazia com que sua esposa se recordasse da ex-mulher de Alexandre, um dos motivos das inúmeras discussões do casal, quem sabe). Faz sentido se levarmos em conta as características de psicopatia que o mesmo apresentava. Quando estamos nervosos, perdemos consciência do que fazemos, no entanto pessoas como Alexandre vão além. O resultado está dado...
No fim das contas, Alexandre perdeu a filha, os filhos e a esposa, pois está trancado na prisão longe desses.
Com isso, espero poder ter feito com que meus leitores entendessem um caso complicado, já que a mídia muitas vezes dificulta a informação com vocábulos difíceis. Quaisquer dúvidas não hesitem em perguntar. Aqui termina o primeiro "Nos bastidores", e espero que tenham gostado. Uma ótima noite para todos vocês, meus queridos leitores.
Caso Nardoni é um caso complicado.
ResponderExcluirEm minha opinião (tirando como base toda a informação a qual tive acesso, que, por sinal, não é muito - mas acompanhei o caso do incio ao fim), o casal é culpado, porém não cabe a mim esse julgamento. Hoje venho apenas apresentar alguns fatos baseados no caso e no seu post:
1- A Justiça brasileira é lenta. Fato. É preciso fazer uma grande reforma no poder judiciário, caso contário, casos absurdos como o acontecido com Maria da Penha continuarão acontecendo.
2- Casal Nardoni foi a juri já condenado. Justo ou injusto, antes mesmo de pisar no tribunal, o casal já estava condenado. É importante vermos a influencia da mídia na opinião das pessoas. Faz tempo que a mídia não é imparcial, é sensacionalista.
3- Inocente ou culpado, o casal foi condenado.
Previsível. (Mas como sou bonzinho, dou um espaço para defesa se manisfestar, rs:
- Se não foi o casal, quem foi?
Fica a dúvida. OBS: Desculpe, eu não planejava escrever isso.)
4- A Justiça brasileira é ineficiente. O casal não cumprirá a pena por completo.
Fica aí minha opinião para reflexão geral.
Obrigado.
Então Mileto. Sempre gosto de receber seus argumentos. Vamos contra-argumentá-los então:
ResponderExcluir1 - A justiça brasileira é muito lenta. Fato. Para uma reforma, é necessário abrir muitos arquivos burocráticos, entretanto. E, estando tudo arquivado (ou seja, burocrático) é quase inviável esse planejamento...
2 - Condenado há dois anos atrás, porque no caso citado, quando olhamos para uma fotografia da Isabella, dá até pena de quão bonita e frágil a pobre menina era, e por isso que a sociedade não absolveu o fato . E continuou sendo condenado pelo povo (até o Advogado de defesa foi vaiado enquanto saia do Tribunal). Concordo com o termo de sensacionalismo. Porque, suponhamos que uma emissora de TV, sendo imparcial, declarasse que o casal Nardoni fosse inocente, segundo suas próprias conclusões, o que aconteceria em seguida? Como a população, que já condenava-os como bem disse, é a sua espectadora, a tal emissora iria perder audiência por simplesmente expressar a sua opinião. Então, para a mídia atualmente, caso ela seja imparcial irá perder o Ibope, pois é a maneira que eles têm de obter lucros. O sensacionalismo é a única alternativa para que possam conseguir tal feito, ou seja, transmitindo o que o povo quer.
3 - Hahaha! Esse é o Mileto que conheço! Um dos bons motivos para a imparcialidade é o de dar direitos iguais a ambos os lados. Lembro-me que o Advogado dos Nardoni indagava que existia uma "terceira pessoa" dentro do apartamento que matou a pequena Isabella. Que terceira pessoa? Ninguém viu ninguém sair de lá depois da queda da menina. Argumento fraco da defesa.
4 - Sério que eles não cumprirão toda a pena? Dessa eu não sabia...
De nada, eu que agradeço por vir até aqui, mesmo sem tempo, poder compartilhar seu ponto de vista. Até breve amigo.
1 - Concordo com você. Uma reforma seria o ideal, mas nas atuais condições, é inviável.
ResponderExcluir2 - O sensacionalismo faz parte da "briga pela audiência". Novamente o ideal seria uma midia imparcial, que deixasse o telespectador tirar suas proprias conclusões. Longe disso. É o ideal, mas confesso que seja meio... utópico. Entretanto ainda temos alguns veiculos de informação (raros. em geral algumas revistas) que prezam pela imparcialidade.
4- Salvo me engano são informações extra-oficiais. Além disso, a defesa tem 8 ANOS para "definição dos recursos cabíveis".
Mas cá, entre nós, dificilmente o casal cumprirá a pena por completo. Daqui a alguns poucos anos, o caso cai no esquecimento (juntamente com João Hélio e outras crianças que AINDA sofrerão brutalidades, e pode colocar "bom comportamento" no meio de toda essa história.
É isso aí. Até mais. (Y)