16 de junho de 2012
Qualidade x Oportunidade - Alunos/Aprendizes de cursos técnicos em xeque.
O assunto trazido hoje, é, nada mais e nada menos que uma situação vivida também por mim, Fernando P.; para muitas pessoas que residem em São Paulo, não é novidade que existam vasta quantidade de escolas técnicas estaduais, as famosas ETECs, que são públicas e o ingresso nas mesmas é feito através de vestibulinhos, existindo também a opção de pagar para a realização de cursos técnicos em instituições particulares.
E muito é falado sobre mão de obra que através dessas escolas, poderiam se tornar a tal "mão de obra qualificada" que é tanto falada Brasil a fora. Contudo, principalmente (óbvio) em anos de eleições, uma nova gama de ETEC's começa a surgir por todos os lados, afinal, o que importa são as estruturas estando lá para atender o público. Este é o ponto. Tomemos o curso que eu tive a oportunidade de concluir no fim do ano passado. Durante vários e vários momentos no curso, houve dificuldades por parte financeira e falta de materiais extremamente necessários para o aprendizado TÉCNICO dos alunos. Por que destaquei a palavra técnico? Bem, o curso em questão fora ministrado por bons* professores e profissionais que puderam auxiliar largamente com o conhecimento teórico, contudo não foram poucas as vezes em que os mesmos professores e seus alunos tiveram que arcar com custos e custos para que pudessem colocar essa teoria em prática e ter contato com as técnicas, sendo assim, minimizando a carga de técnicas que deveriam ter sido vistas, pois como o próprio nome diz, no curso, a instrução deve ser baseadas em técnicas a serem aplicadas no mercado de trabalho.
Com várias dessas novas escolas técnicas surgindo, muito de um montante que poderia ou deveria ser utilizado para aprimorar essas escolas já existentes, ou pensando de forma mais humanizada, pagar de maneira mais decente os professores e funcionários dando a eles mais e melhores condições de trabalho, além de valorizar o profissional, incentivando-o ainda mais. Essa quantia de dinheiro é fornecida para a construção e contratação de funcionários para preencherem o lugar a ser criado, pois logicamente é necessário que alguém ocupe o lugar para que o mesmo entre em funcionamento o mais rápido possível.
Sem material necessário, com funcionários desmotivados, por assim dizer e 'falta' de verba, além de diminuir a qualidade do aprendizado acarreta numa possível desmotivação também no aluno.
Bom para um? Para todos? Para quem?
Tendo tudo isso em mente, voltemos para o exemplo dado sobre o curso que participei e a instituição na qual estive presente. Positivamente, é inquestionável que introdução da escola no lugar onde fora criada, trouxe pontos muito interessantes à região, contratação de pessoas da localidade para trabalhar ali, interação com a comunidade e 'melhoria' no transporte para o lugar em questão. Obviamente nem tudo são rosas e casos de violência e criminalidade contra alunos desta tal instituição são frequentes e um certo descaso torna hábil esse tipo de acontecimentos. Outro pequeno e grande problema estaria focado simplesmente na 'humildade' de alunos entre outros na escala hierárquica o que não discutirei. Isso enquanto a instituição premia alunos e cresce em NOME diante do público que recebe noticias por meio de propagandas políticas e 'entrevistas' que eu creio serem... enfim.
Okay, dito um pouco sobre qualidade voltemos nossa mente para o mercado de trabalho. Boa parte dos alunos ingressão no curso de seu interesse, para conseguir um emprego, ter uma melhor experiência antes de se aprimorarem num curso superior, ou nada incomum, tentar definir o que lhe interessa para trabalhar em um futuro próximo. Bem, como conseguir essa experiência? Trabalhando, Oh, certo, mas as empresas querem contratar pessoas já com experiêcia e não Traines, Junior's e aprendizes. Encontrado o problema!
Normalmente o aluno ou recém formado começa uma inacabável caça por um emprego, procurando principalmente por empresas de seu conhecimento, que geralmente são as de médio a grande porte, esquecendo-se de 'começar por baixo' e acabam por se frustrar, além da dificuldade de encontrar empresas para a área escolhida (é, escolher uma área 'restrita', torna mais difícil a sua entrada no mercado de trabalho, logicamente) e boa parte do que eles encontram são (dependendo da área escolhida) preenchidas apenas por concurso, o que é o caso das nomenclaturas, traine, junior e aprendiz, que se tornam concorridas a ponto de fazer do ex-aluno um estudante concursando, além da dificuldade da concorrência e avaliação para o cumprimento desta vaga.
Agora, após o exemplo das Etecs, o que resta é pensar sobre a situação desses cursos e outras escolas distribuídas pelo Brasil e analisar o que está ocorrendo em busca de melhorias.
Por Fernando P.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOtimo texto cara,
ResponderExcluirEu resolvi fazer um curso de nível técnico primeiro antes de ingressar em uma universidade, e estou vivendo um pouco destes aspectos que você citou.
Tem alguns pontos ruins. Há realmente um descaso, principalmente por parte da direção destes cursos. Acaba que você o conclui com uma sensação de que sempre faltou um "algo a mais". Sensação que você acaba preenchendo no nível superior ou até mesmo, no dia a dia da profissão
Por outro lado, alunos de cursos tecnicos saem com uma noção de mercado de trabalho bem mais formulada do que alunos de ensino superior. Os professores desses cursos são alem de tudo profissionais, pessoas que realmente estão no mercado e por isso, sabem orientar melhor para realidade dele. Diferente de um professor universitário, que são simplesmente acadêmicos. Eles tem muito conhecimento cientifico e tecnológico mas em contra partida, não sabem orientar bem para formação de um bom profissional.
No fim, fica aquele velho ditado: "quem faz o curso é o aluno". Se o estudante for realmente empenhado e sempre buscar aprender além do que apenas lhe é ensinado, independente do curso que ele faça ele ira se dar bem no futuro.